XVIII Congresso Latinoamericano de Medicina Social e Saúde Coletiva

A Associação Latino-Americana de Medicina Social (Alames) foi fundada há 40 anos em Outro Preto-MG, como produto da confluência entre pensamento crítico em saúde e ação em defesa do direito à saúde e da criação de sistemas de saúde públicos e universais.

A Alames é uma articulação não institucionalizada que promove o campo da Medicina Social e Saúde Coletiva na América Latina e conta com representações (capítulos) em todos os países do continente, mantendo uma profícua atividade na formação de profissionais e lideranças ativistas por saúde. No Brasil, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) participa da Alames desde sua fundação e é a entidade representante (o capítulo) da associação no Brasil.

O Congresso Latino-Americano de Medicina Social e Saúde Coletiva está em sua 18⁠ª edição e se destacou como um dos principais encontros da saúde coletiva. Ocorre a cada dois anos, de forma rotativa, pelos países latino-americanos. No ano de 2025, o evento ficará a cargo do Brasil, e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) terá a incumbência e a responsabilidade de organizá-lo na cidade do Rio de Janeiro, no campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

O tema central orienta o conjunto dos debates e a estruturação dos eixos temáticos. Os desdobramentos do tema refletem se nos eixos desenhados para dar amplitude às possibilidades de sua abordagem:

CAPITALISMO E SAÚDE: Análise crítica das relações entre o sistema capitalista e seus impactos na saúde da população.

SOBERANIA E DESCOLONIZAÇÃO: Exploração da soberania em saúde e esforços para descolonizar abordagens e práticas médicas.

DIREITOS SOCIAIS: Discussão sobre a promoção e garantia dos direitos sociais como base para a equidade em saúde.

SAÚDE E DEMOCRACIA: Reflexão sobre a interseção entre saúde pública e os princípios democráticos, destacando desafios e oportunidades.

DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE: Abordar fatores sociais, econômicos e ambientais que influenciam e determinam a condição de saúde, reconhecendo a complexidade dessas interações.

POLÍTICAS E MODELO DE CUIDADO: Princípios éticos, políticos e organizativos a serem adotados na construção dos sistemas universais e decoloniais de saúde.

15 a 18 de julho de 2025

Pré congresso 14 e 15 de julho de 5025

Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

R. São Francisco Xavier, 524 – Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil

EixosEixos e Corredores Temáticos

Eixo 1: CAPITALISMO E SAÚDE

Análise crítica das relações entre o sistema capitalista e seus impactos na saúde da população. Neste eixo serão abordadas questões centrais dentre outros, a cooperação internacional para enfrentar ameaças globais à saúde, como pandemias, garantindo uma resposta eficiente e equitativa entre os países, assim como os impactos das mudanças climáticas na saúde e desenvolver estratégias de adaptação e mitigação.

  1. Pandemias e Saúde Global
  2. Mudanças Climáticas
  3. Trabalho, precarização e saúde
  4. Complexo Médico Industrial (CEI)
  5. Público e Privado: relações e parcerias
  6. Financeirização da Saúde

Eixo 2: SOBERANIA E DESCOLONIZAÇÃO

Analisar a questão da soberania em saúde e esforços para descolonizar abordagens e práticas médicas e de saúde. Debater como integrar avanços tecnológicos de forma acessível, garantindo que inovações beneficiem a todos, não apenas alguns grupos privilegiados. Em tempos de saúde digital é essencial analisar a segurança e privacidade dos dados de saúde, promovendo a integração eficaz de sistemas de informação.  

  1. Tecnologia e Inovação
  2. Tecnologia da Informação em Saúde
  3. Segurança alimentar e nutricional
  4. Modelo de produção agrícola, agrotóxico e saúde
  5. Colonização, guerra e saúde
  6. Bioética e Justiça social

Eixo 3: DIREITOS SOCIAIS

Discussão sobre a promoção e garantia dos direitos sociais como base para a equidade em saúde. Urge refletir sobre a necessidade de adaptação dos sistemas de saúde para atender às necessidades crescentes de uma população que envelhece, com foco em cuidados de longo prazo. 

  1. Políticas Econômicas para Direitos Sociais
  2. Proteção e Seguridade Social
  3. Sistemas nacionais de saúde e universalização do acesso
  4. Direitos sexuais e reprodutivos
  5. Envelhecimento da População
  6. Trabalho, Segurança e Direitos

Eixo 4: SAÚDE E DEMOCRACIA

Reflexão sobre a interseção entre saúde pública e os princípios democráticos, destacando desafios e oportunidades. Refletir sobre como fortalecer a participação ativa das comunidades na gestão e decisões relacionadas à saúde, promovendo uma abordagem mais centrada no paciente. 

  1. Democracia Participativa, Participação Social e Poder Popular
  2. Poder no território: milícias, drogas e religião
  3. Poder e Consciência Sanitária
  4. Identidades e Identitarismo
  5. Direitos dos usuários da saúde
  6. Participação Social e Saúde

Eixo 5: DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE

Abordar fatores sociais, econômicos e ambientais que influenciam e determinam a condição de saúde, reconhecendo a complexidade dessas interações. Analisar novas estratégias de enfrentamento das disparidades econômicas que impactam o acesso a serviços de saúde, buscando a equidade.

  1. Desigualdades Sociais
  2. Violências e Saúde
  3. Racismo e Saúde
  4. Saúde Mental
  5. Gênero e Saúde
  6. Interseccionalidade e Saúde
  7. Determinação Social: evidências e atualidades

Eixo 6: POLÍTICAS E MODELO DE CUIDADO

Princípios éticos, políticos e organizativos a serem adotados na construção dos sistemas universais e decoloniais de saúde.

  1. Saúde, Política do Cuidado
  2. Ciência, Cultura e Saber
  3. Redes de atenção integral
  4. Atenção Primária em Saúde
  5. Cuidados paliativos
  6. Descolonização do cuidado em saúde